Recém-graduado pela UFC vence prêmio nacional de Arquitetura com projeto que propõe revitalização no Centro de Fortaleza

Lucas ganhou o prêmio com seu projeto de conclusão de curso (Foto: Leda Abuhab / Instituto Tomie Ohtake)

O arquiteto e urbanista Lucas Costa foi o primeiro vencedor na categoria Universitários do 6º Prêmio de Arquitetura Instituto Tomie Ohtake AkzoNobel, que reconhece produções arquitetônicas de destaque na cena contemporânea brasileira. Lucas é recém-graduado do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará.

Dos três finalistas na categoria Universitários, ele foi o selecionado, ganhando o prêmio de um estágio remunerado em um escritório de arquitetura renomado da cidade de São Paulo, responsável por grandes projetos, entre eles, a última reforma da Arena Castelão. Além disso, os finalistas têm seus trabalhos apresentados em uma exposição no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, e publicados no catálogo do Prêmio.

Na edição de 2019, pela primeira vez o Prêmio teve uma categoria voltada para projetos (não construídos) realizados por estudantes universitários dentro do tema “Revitalização, requalificação, renovação”. O projeto premiado “Da ocupação se faz arquitetura” foi o trabalho de conclusão de curso de Lucas,  defendido no primeiro semestre de 2019, e teve orientação da professora Solange Maria de Oliveira Schramm.

O projeto propõe novos usos a espaços abandonados ou subutilizados no Centro de Fortaleza

O projeto sugere um percurso no Centro de Fortaleza, da Praça do Ferreira ao Passeio Público, passando por cinco prédios abandonados ou subutilizados e propõe usos a esses espaços. “Da ocupação se faz arquitetura” prevê uma intervenção nesses imóveis, transformando-os em escola, praça, teatro, abrigo e café com espaço de leitura.

Lucas relata que a inspiração para o trabalho surgiu da sua própria vivência pelo bairro da cidade, visualizando utilidades para prédios desocupados. “Sempre foi uma questão para mim a quantidade de imóveis abandonados e subutilizados na cidade, principalmente no Centro de Fortaleza, que eu acho um espaço com muito potencial, que poderia ser melhor utilizado”, conta o jovem.

Os finalistas têm seus trabalhos em uma exposição no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo (Foto: Ricardo Miyada / Instituto Tomie Ohtake)

Outro impulso para definição do que seria seu trabalho final de graduação veio dos grupos de pesquisa e de extensão presentes no curso de Arquitetura e Urbanismo dos quais ele participou. Lucas lembra que o aspecto social sempre era pautado de alguma forma nesses trabalhos e se sentia motivado a dar algum retorno à população do que aprendeu na universidade.

“Eu tive experiência em  grupos de pesquisa em que a gente fazia planejamento (de projetos arquitetônicos/ urbanísticos) junto com a população. E isso se desdobra no meu trabalho no sentido de que eu falo muito sobre o uso pelas pessoas que já moram ali, mesmo aquelas em situação de rua, propondo uma arquitetura voltada para as pessoas.”

O PRÊMIO – Promovido em parceria entre o Instituto Tomie Ohtake e a AkzoNobel (empresa holandesa fabricante de tintas e revestimentos), o prêmio tem o objetivo de reconhecer produções arquitetônicas de destaque no Brasil como forma de valorizar projetos inovadores na forma de pensar e construir o espaço social. O prêmio é dividido em duas categorias: Profissionais, destinada a projetos construídos por arquitetos brasileiros ou estrangeiros residentes no Brasil; e Universitários, voltada a projetos (não construídos) que se adequem ao tema “Revitalização, requalificação, renovação” desenvolvidos por estudantes universitários. A premiação foi realizada em outubro, em São Paulo (SP).

Texto: Igor Magalhães
Fotos: Leda Abuhab
/ Ricardo Miyada (Instituto Tomie Ohtake)